MANO
 
O JOGO
 
A partir do século XII e de forma progressiva vão aumentando as referências documentadas dos jogos de pelota.

Em primeiro lugar, o implantação do jogo de pelota na França parece evidente, com diferença notável em relação a outros países. A modalidade mais prolongada e característica é o "jeu do paume" ou o "jogo da palma", isso deve dizer, jogo de pelota com a palma da mão. O nome permanecerá, embora em sua evolução posterior se pratique com diversos instrumentos.

A "paume" era praticada em duas modalidades: a "paume longue" e a "paume courte". A primeira jogada em espaços abertos, terrenos planos, nas muralhas das cidades ou dos castelos; a segunda, em lugares fechados, cobertos ou não, dentro de palácios e conventos. Ambos constituem um mesmo tipo de jogo, cuja diferença fundamental descansa sobre o espaço ou no terreno diferente do jogo onde se praticaram.

É significativo também, de um ponto de vista sociológico, que a "paume courte" era em sua origem uma modalidade privativa da nobreza e do clero, em razão precisamente do lugar do jogo: o tripot. O povo não teve o acesso a estes. Dai surge como alternativa o "paume longue", em terreno comum, a campo aberto e sem as complicações técnicas prescritas que a arquitetura das salas fechadas comportavam. Não é exata, porém, a apreciação de alguns comentaristas que mantiveram a idéia de que o jogo de pelota estava proibido para o povo e era privativo dos nobres, cavaleiros e clérigos. As proibições freqüentes, tanto reais quanto eclesiásticas, demonstram, precisamente, que sua prática era comum e estava extendida a todas as classes sociais. Estas proibições surgem para abafar os freqüentes escândalos e excessos que na ocasião destes jogos eram cometidos. Às vezes, os decretos reais mostram a preocupação de alguns monarcas pelo abandono das artes de guerra que a prática destes exercícios esportivos comportavam.

No curso dos séculos XIII e XIV o jogo do "paume" se espalhou por toda França. A. DE LUZE (1933) chega a comprovar a existência mais de 300 "trípots" ou jogos de pelota (como também se denominava em outros lugares o terreno de jogo), embora outros autores chegam a falar mais de 500. Isto quer dizer que, se no princípio as salas de jogo estavam localizadas nos claustros dos conventos ou em dependências palacianas particulares, neste momento muitas delas estavam localizadas nas cidades, freqüentemente em hospedarias e do acesso livre conseqüentemente, que foram exploradas por seus proprietários como o negócio por meio de seu aluguel. A existência dos jogos de pelota também é identificada na Itália, de onde parece que se introduziu pela primeira vez a raquete provavelmente de origem bizantina e um certo tipo de pala.




Na península ibérica podemos rastrear a prática do jogo de pelota em textos que vão desde a "Etimología" de Isidoro de Sevilha (desde o ano 633), passando por "O livro de Apolonio", "A lei real da Espanha", "O livro dos jogos", "As partidas" ou "Cantigas ao virgin", estes três de Alfonso X "O sábio", até "O livro do amor bom" do Arcipreste Hita e "O Livro de Alexandre".





Um Estilo Diferente


O incrível Agustín Waltari deixou sua marca na história no Campeonato Mundial de 2002 realizado em Pamplona, Espanha.

O cubano de 23 anos, chamado de "o pitcher do trinquete" pela imprensa local, deixou assombrado todos que tiveram a felicidade de ver um de seus jogos no trinquete de Mendillorri. Golpeando a bola com o braço de cima para baixo e com as pernas flexionadas, ele faz com que a bola saia como um tiro e ainda causa uma variação no sentido de rotação da bola que resulta em um efeito demolidor.

Com ele mesmo explica: "é um estilo adaptado do baseball para a pelota que me tem servido muito bem. Dá muito mais velocidade e os efeitos são letais porque a bola vem de forma inversa."

Waltari ganhou o ouro na modalidade individual e a prata na de duplas, e garantiu que tem mais por vir nos próximos 3 mundiais que pretende disputar.



Waltari preparando mais um de seus golpes.
 


ESTRATÉGIA
 
A estratégia do jogo se resume em ganhar a ofensiva a fim de controlar e garantir o ponto.

Para que isso ocorra é necessário:
  • neutralizar o atacante (delantero) não deixando a bola em seu alcance porque como este fica mais próximo do fronte, pode jogar as bolas com mais precisão, velocidade e efeito, sendo assim fazer com que o seu adversário responda no fundo da quadra limita sua vantagem e o perigo da jogada;
  • manter a bola junto a parede lateral para dificultar a recepção e para restringir os movimentos do adversário;
  • a seleção de bolas também é um fator que influencia a estratégia porque antes de cada saque é oferecido ao sacador a possibilidade de escolher uma entre as bolas disponíveis (sempre existem bolas mais rápidas e mais lentas).
Quando jogado em trinquete os jogadores devem defender a grade (ver indicação da janela com grade no esboço da quadra) para que o adversário não ganhe o ponto.  
 


EQUIPAMENTOS
 




Pelota para Trinquete:
      peso do núcleo: 24 a 25 g
      peso total: 95 a 97 g
      diâmetro: 59 a 60 mm



Pelota:
      peso do núcleo: 30 a 33 g
      peso total: 101 a 107 g
      diâmetro: 62 a 64 mm
 


QUADRA
Comprimento: 36m
Altura: 10m
Largura: aprox. 10m
Altura Contracancha: 2m (mínimo)
Largura Contracancha: 4,5m (mínimo)

Saque: 14m
Passa: 24,5m
Falta: 14m

Para ver fotos da quadra, clique aqui.
 
Comprimento: aprox. 30m
Altura: 10m
Largura: aprox. 10m
Comprimento Telhadinho: aprox. 30m
Altura Telhadinho: aprox. de 1,9m (baixo) a 2,4m (alto)
Largura Telhadinho: 1,45m

Saque: 10m
Passa: não se aplica
Falta: 15m

Para ver fotos da quadra, clique aqui.
 


REGRAS
 
  • em uma partida oficial 4 (6 em mano profissional de duplas) bolas ficam disponíveis para seleção pelos jogadores durante o jogo, sendo que cada equipe fornece 3 bolas;
  • antes de cada saque o sacador deve avisar a equipe adversária;
  • a cada ponto, a equipe que ganhou tem o direito de escolher a bola de jogo antes do saque;
  • uma equipe perde o ponto no saque se: o saque não é finalizado; o saque se realiza fora dos limites da quadra; se a bola não ultrapassa a linha de "falta"; e se a bola toca em qualquer chapa delimitadora de jogo;
  • no saque quando a bola toca o piso depois da linha de "passa", o saque é invalidado mas a equipe que sacou tem mais uma única oportunidade de realizar um saque válido (não se aplica em trinquete);
  • pontos por partida: 22, 40 (individual - trinquete) e 50 (duplas - trinquete);
  • a bola pode pingar um número ilimitado vezes sobre o telhadinho (trinquete);
  • se a bola pingar no piso e depois bater na grade do telhadinho é ponto da equipe que fez a jogada, caso contrário é ponto da equipe adversária (trinquete);
  • a bola só pode tocar no piso uma única vez antes de um membro da equipe realizar a jogada, e depois até ela bater no fronte não pode tocar no piso;
  • em partidas oficiais o uniforme de jogo é composto por calça branca, tênis branco, camisa polo vermelha ou branca (a ser decidido em função do mando de jogo) e faixa (cinta) vermelha ou azul;
 


CONSTRUÇÃO DE EQUIPAMENTOS
 
1 - Cola nas Mãos

O ritual começa por volta de uma hora antes do jogo quando os pelotaris se encontram no vestiário e iniciam o processo. O primeiro passo é aplicar colar nas mãos para que as proteções que serão colocadas fiquem bem firmes. Também são usadas fitas adesivas.



2 - Esparadrapo em um Pequeno Forno

Os pelotaris têm um pequeno forno onde esquentam tiras de esparadrapo para que se prendam melhor a mão. Uma vez colocadas, são postos os "tacos", primeiro de um material mais macio (isolante utilizado na colocação de janelas, por exemplo), que pode ser coberto por um pedaço de bandagem, e em seguida se colocam os mais duros (placas, goma dura, etc ...) para evitar que a bola seja amortecida no golpe.



3 - Recortando

Uma vez colocados os "tacos", se cobrem os dedos, mediante um sistema similar ao utilizado na mão, só que menos grosso. Em função do gosto do jogador, os dedos podem ser totalmente cobertos ou só uma parte, o importante é recortar bem a proteção de forma que não fique sobrando nenhum pedaço que possa atrapalhar na hora de golpear a bola.



Fonte: Historia de la Pelota en Navarra, Diario de Navarra